7º ANO: AS CRUZADAS

• Caracterização das Cruzadas: Expedições militares organizadas pela Igreja para retomar a Terra Santa em poder dos turcos muçulmanos. Os cruzados eram assim chamados pois levavam uma cruz estampada em suas roupas. Havia, ao mesmo tempo, interesses religiosos e econômicos.
• Motivos iniciais das Cruzadas: Jerusalém estava sob domínio dos árabes muçulmanos desde 637, e era para estes uma terra sagrada, e, por esse motivo, respeitaram todos os lugares santos dos cristãos. Eram tolerantes e jamais impediram peregrinações de cristãos a Jerusalém. Em 1078, os turcos muçulmanos tomam Jerusalém e proíbem o acesso dos cristãos aos lugares santos. Para muitos, libertar a terra santa significava a salvação divina.
• Outros fatores das Cruzadas: Além do caráter religioso, o prazer pela aventura, pela guerra, a possibilidade de conquistar tesouros orientais, tinham como intuito ganhar dinheiro e conquistar feudos orientais. Unia-se o útil ao agradável: conquistavam-se fortunas e teria a garantia de ir para o céu. A idéia das Cruzadas era uma vontade coletiva.
• O apelo do papa Urbano II: Após o Concilio de Clermont (1095), o papa clama aos nobres e pessoas comuns, dizendo que o túmulo de Cristo estava nas mãos de infiéis. Dizia mais: que a guerra era má entre cristãos, mas legitima contra estes infiéis. Os homens ajoelham-se em frente ao papa, se oferecendo para libertar a Terra Santa.
• Quantas Cruzadas existiram? Há divergências. Utilizaremos a enumeração do professor Paul Rousset:
• Primeira Cruzada (1096-1099): Foi decidida no Concilio de Clermont pelo papa Urbano II. Houve a reconquista de Jerusalém, criou-se uma colônia francesa na Palestina, fundaram-se ordens religiosas como a dos Templários. Paralelamente, houve a Cruzada dos Pobres, que fora massacrada pelos turcos.
• Segunda Cruzada (1147-1149): Objetivo: auxiliar os franceses na Palestina, ameaçados em Jerusalém. É massacrada pelos turcos.
• Terceira Cruzada (1189-1192): Foi provocada pela tomada de Jerusalém por Saladino, sultão do Egito. Teve a participação de Ricardo, Coração de Leão. Jerusalém permaneceu em poder do sultão.
• Quarta Cruzada (1202-1204) – Organizada por senhores franceses e venezianos, com patrocínio do papa Inocêncio III. Teve motivação econômica e tomou Constantinopla.
• Quinta Cruzada (1217-1221): Dirigida contra o Egito, não obteve resultado.
• Sexta Cruzada (1228-1229) – Em vez de atacar os muçulmanos, negociou com eles e conseguiu a livre peregrinação cristã a Jerusalém.
• Sétima Cruzada (1248-1254): Liderada por Luis IX (São Luis), tinha por objetivo o Egito. Os Cruzados, surpreendidos pela cheia do Nilo, foram dizimados por uma epidemia ao mesmo tempo em que foram atacados. Luis IX consegue liberdade para si e seus homens mediante resgate.
• Oitava Cruzada (1270): Liderada por Luis IX, terminou com a sua morte, atacado pela peste.
• Nona Cruzada (1271-1272): Liderada pelo sobrinho neto de Luis IX, não teve resultado algum e o líder ainda saiu ferido.

• As Cruzadas não eram apenas expedições que visavam libertar lugares santos, se prestava a outras finalidades, como atacar muçulmanos ou hereges. Por isso, seu número é muito controverso.

• As Cruzadas como colonização: Houve um movimento de colonização por intermédio das Cruzadas. Tendo como pretexto o fervor religioso, os nobres franceses e italianos conquistaram terras, como a Palestina, Chipre, Atenas, Constantinopla e Peloponeso. Porém, tal empreendimento fracassou.

• Resultados econômicos das Cruzadas: As Cruzadas foram importantes para o comércio, pois ampliaram as relações entre Oriente e Ocidente, podendo comercializar livremente. Os produtos orientais eram de técnicas muito mais avançadas que os ocidentais há uma dinamização do comércio. As cidades do norte da Itália passam a ter um papel cada vez maior.

• Resultados políticos das Cruzadas: debilitaram o poder da nobreza feudal. Muitos nobres morreram e os que sobreviveram empobreceram, pois para empreender a expedição, gastavam muito de seu patrimônio. Os reis beneficiaram-se do empobrecimento da nobreza, os habitantes comparavam sua liberdade e abria-se caminho para a centralização do poder nas mãos do rei, debilitando o poder feudal.

• As cruzadas e o sentimento religioso: Ao conhecer o muçulmanos, (que os cristãos consideravam como cães, sem espírito), houve o reconhecimento de que a moral de um homem nada tem a ver com a crença por ele seguida. A crença separa os homens, a moral os aproxima. Ou seja, há uma certa libertação do espírito. Sendo a vitória dos muçulmanos, os Cruzados reconheceram que Deus não interfere os negócios terrestres. Alguns muçulmanos chegaram ao extremo de adotar o islamismo como religião. O papa Leão X, proclama que não apenas as orações seriam suficientes para vencer os turcos muçulmanos: eram necessários exércitos formidáveis.


• Exercícios p. 107 e
o Para saber mais 01 e 02.