terça-feira, 26 de janeiro de 2010

9o. Ano - • O MUNDO PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL




• Guerra Fria: Embora tenham lutado ao mesmo lado, ao terminar a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) houve algumas tensões entre os países capitalistas, liderados pelos EUA e a Inglaterra e o Bloco Socialista, liderado pela URSS. As conferencias de Yalta e Potsdam (1945) já alinhavam o mundo em duas zonas de influência: capitalista e socialista. 1) União Soviética: A Rússia ganhou cerca de 25 milhões de habitantes a mais com as anexações pós-guerra. A Tchecoslováquia, a Hungria, a Polônia, a Alemanha Oriental, a Romênia, a Bulgária, a Albânia e a Iugoslávia passavam a ser “democracias populares”. 2) Alemanha: A Alemanha sai mais uma vez como grande perdedora. O país ficou dividido em 4 zonas de ocupação: inglesa, norte-americana, francesa e soviética. Como os orientais insistiam em migrar para o lado ocidental, se construiu em 1961 o muro de Berlim, que cairia apenas em 1989 e dividia o mundo em duas zonas de influência caracterizadas pela bipolaridade. 3) Japão: Apesar de ter entrado em colapso após o bombardeio atômico, o Japão foi beneficiado pelo plano Marshall (1947), e tornou-se o primeiro aliado dos EUA no oriente. 5) China e a Revolução: A China apresentava no início do século XX, as mazelas do Neocolonialismo. Era, sobretudo, um país agrícola onde a desigualdade era muito grande. Houve algumas tentativas de resistência aos estrangeiros, como a Guerra dos Boxers (1900). Mao Tse-Tung, aproveitando-se da instabilidade do Kuomintang (Partido Nacionalista Chinês), lidera o movimento chamado de a Grande Marcha (1934) e ganha popularidade para o Partido Comunista, que expulsa o Kuomintang para Taiwan e lidera a revolução socialista em 1949. Guerra Fria é um conceito utilizado após o término da guerra para designar o poder de destruição e competição que tinham as duas zonas de influencia que caracterizavam a bipolaridade (EUA e URSS). EUA e URSS não entraram em conflito direto. Sempre aconteciam conflitos entre países da zona de influência, como a Guerra da Coréia (1950) e a Guerra do Vietnã (1954): os EUA foram militarmente derrotados.
• Doutrina da Guerra Fria: 1) Doutrina Truman (1947) – “necessidade de conter o avanço comunista no mundo”. 2) Plano Marshall (1947) Iniciativa dos EUA em distribuir ajuda financeira para os países destruídos pela guerra. 3) OTAN: (1949) A Organização do Tratado do Atlântico do Norte visava a criação de um grupo que se ajudasse mutuamente em caso de agressão soviética. 4) Comecom: resposta soviética ao plano Marshall 5) Pacto de Varsóvia: (1955) Aliança militar formada pelo bloco soviético.
• Descolonização: A crise causada pela decadência dos países em decorrência do término da Guerra (1945) fez com que suas colônias ficassem independentes. Na África, por exemplo, as divisões feitas não respeitaram as diferenças entre tribos, o que ocasionou diversas guerras étnico-religiosas no período de descolonização. Antes da neocolonização, os países africanos tinham uma agricultura de subsistência, o que mudou com o domínio europeu impulsionado pela Conferência de Berlim em 1885: passaram a ser produtores de matéria-prima. Com a Conferência de Lomé (1975), houve a assinatura de um acordo de cooperação entre os países da Europa e a África Negra. A Ásia também se tornou livre das metrópoles. A Índia ficou independente em 1947 e deu origem a outros países como o Sri Lanka, Paquistão e Bangladesh. A Coréia foi ocupada por soviéticos ao norte e por norte-americanos ao sul (1948). A Indochina, área de colonização francesa, se transformou em países como o Camboja, o Laos e a Tailândia. Também houve a formação do Vietnã do Norte e Vietnã do Sul, unificados após a guerra do Vietnã em 1975. No Oriente Médio criou-se um grande foco de tensão entre judeus e palestinos com a formação do Estado de Israel em 1948.
• Resultados da descolonização na África e Ásia: Graves problemas socioeconômicos e conflitos étnicos, sobretudo na África Subsaariana. O apartheid, segregação racial que vigorou na África do Sul até 1992 deixou rastros indeléveis. Ao norte da África, onde predomina a religião muçulmana, apresenta uma crise entre muçulmanos e fundamentalistas. Na Ásia, grandes países como Índia, China e Indonésia apresentam graves problemas socioeconômicos. O país mais poderoso ainda é o Japão, e a partir dos anos 80 apontam os Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Tailândia, Taiwan, Cingapura e Malásia) com expressivo crescimento econômico.
• Subdesenvolvimento: Após o término da Guerra, foi consagrada a divisão entre os países do primeiro-mundo (nações capitalistas desenvolvidas), segundo-mundo (países socialistas) e terceiro-mundo (países do sul subdesenvolvidos). Prevaleceu durante muito tempo a Divisão internacional do trabalho, onde países desenvolvidos se especializariam em produtos industrializados, enquanto os países do terceiro-mundo seriam exportadores de matéria-prima. Com o tempo, há a deteriorização dos termos de troca, pois um abismo separa os produtores de tecnologia dos de matéria-prima. Aí reside a origem das desigualdades. A Lei de Engel determinava que um aumento de renda não aumentaria o consumo de alimentos: o excedente é investido em tecnologia. Como método de se acabar com as desigualdades, seria preciso acabar com a Divisão Internacional do Trabalho.
• Mundo Socialista: O mundo socialista se fortaleceu após a Segunda Guerra Mundial. Foi figura incontestável de prestigio Stalin, que desenvolveu a URSS em todos os sentidos, em nome de uma política repressora, atacada posteriormente por seu substituto, Nikita Kruchev, que defendia uma revisão da doutrina de Stalin. O mundo comunista divide-se então em stalinistas (ortodoxos) e revisionistas (antes representados pelos trotskistas). 1) Hungria: A Hungria, que tinha se tornado em uma república popular em 1949, passa, a partir de 1953, a tomar medidas de distensão política, que fora atacada com grande violência por Stalin. Ao anunciar que a Hungria se retirava do pacto de Varsóvia, o governo de Moscou mais uma vez reprime duramente os Húngaros, causando cerca de 25000 mortes. Tais acontecimentos mancharam a imagem de Moscou no mundo comunista. Em 1989, o parlamento húngaro se pronuncia a favor do pluripartidarismo. Se instaura um processo de privatizações que dá origem ao fim do socialismo na Hungria. 2) Cuba – Cuba ficou independente da Espanha graças aos EUA, e em conseqüência disso, teve que assinar a Emenda Platt (1901), onde os norte-americanos tinham plenos poderes sobre o país. Essa situação permaneceu até o governo de Fulgêncio Batista, deposto pela Revolução Cubana em 1959. Fidel Castro implantou uma série de alterações, incluindo o caráter socialista da revolução e obtendo o apoio soviético na América Latina. Os EUA rompem relações com Cuba em 1961 e passa apoiar governos militares na América Latina com o fortalecimento da CIA. A crise se evidenciou com a Crise dos Mísseis (1962), quando Cuba permitiu que a URSS colocasse mísseis balísticos em direção aos EUA. Foi a primeira vez em que o mundo se viu de fato, às vésperas da Terceira Guerra Mundial. 3) Tchecoslováquia: A Tchecoslováquia é conhecida pela sua diversidade étnico-cultural. Se tornou uma república popular em 1948. Na mesma época da Guerra do Vietnã, surgiu um movimento de contestação às diretrizes do governo socialista. O movimento ficou conhecido como “Primavera de Praga”. Alexander Dubcek se torna primeiro ministro e passa a exercer uma série se reformas, como suprimir a censura, libertar presos políticos. Tais atitudes foram duramente atacadas pelas forças de Moscou, que viam na Primavera de Praga uma ameaça ao socialismo. Com o retorno de Dubcek ao poder em 1989, há a mudança do nome do país para República Tcheca e Eslovaca, respeitando as diferenças étnicas da região, até a separação total em 1993. A Revolução de Veludo, como ficou conhecida, foi uma das mais pacificas.
• Perestroika e glasnost: Mikhail Gorbatchev iniciou um programa de reformas que ficou conhecido como reestruturação (Perestroika) e Glasnost (transparência). O socialismo havia perdido as batalhas tecnológicas e socioeconômicas para os EUA. Aos poucos, entre 1985 e 1991, as democracias populares vão desaparecendo. A URSS se desfaz e forma-se a CEI (1991), que reúne 12 das ex-repúblicas soviéticas, exceto as republicas bálticas. Na Romênia, um rápido processo de protesto culmina no assassinato de Nicolae Ceausescu e sua mulher Elena. Na Iugoslávia o que predominou foi a violência e os conflitos étnico-religiosos entre Sérvios e bósnos, que causaram uma das maiores carnificinas já vistas na história. Formam-se países distintos: Sérvia, Macedônia, Eslovênia, Bósnia Herzegiovina, Montenegro e Croácia.
• Nova Ordem Mundial: O mundo, após a guerra do muro de Berlim se vê como multipolarizado. Formam-se mercados comuns como a CEI, UE e MERCOSUL. Porém, há uma explosão de conflitos étnico-religiosos. Muitos defendem, inclusive, a limpeza étnica. Existem outros problemas: há a volta de ultranacionalismos e o arsenal nuclear nas mãos de países que o usa como moeda de troca representam perigo. Ou seja, temos uma dupla tendência da nova ordem: ao mesmo tempo que globaliza-se, tende a mostrar particularismos étnico-religiosos.

• Exercícios. pp. 157-159

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