terça-feira, 26 de janeiro de 2010

7º ANO: IGREJA MEDIEVAL: CRISE E REORGANIZAÇÃO




• A fé popular nos séculos X e XI: A religião penetrava a vida de todos. Pedidos, contratos eram feitos em nome de santos. Festas populares eram religiosas e coincidiam com a vida agrícola. Superstição e misticismo são muito poderosos. Falta de higiene, epidemias e fome perturbavam o sistema nervoso, sensível à alucinações. Existia a idéia de céu e inferno, onde vivia o Diabo, herdeiro de crenças pagãs que antecederam o Cristianismo. Deus não era de todo bom, era o juiz supremo que voltaria no final dos tempos para julgar bons e maus. Qualquer acidente natural anunciava o fim do mundo.
• Possibilidades de salvação: Gestos, ritos e obrigações faziam parte do culto cristão. Eram importantes as relíquias, assim como os lugares de peregrinação, ou seja, viagens a lugares santos, como a Terra Santa e Santiago de Compostela. Encontros nos centros de peregrinação eram importantes para a socialização. As “boas obras” também poderiam realizar a “salvação”, ou seja, as doações à Igreja.
• Igreja e sociedade medieval: A Igreja orientava as orientações de fé, utilizando como instrumentos de ação a excomunhão (excluir uma pessoa da comunidade dos fiéis, sendo excluída também da sociedade) e os interditos (culpava toda a comunidade pelos erros de seus soberanos, deixando-a desassistida). A Igreja não era apenas religiosa, mas também senhora feudal, o poder de bispos e abades derivavam do suserano daqueles territórios. Os cargos de bispo e abades não eram hereditários. Eles eram, na maioria das vezes, escolhidos (investidos) pelos grandes senhores. Investidura é o ato de dar posse a alguém em um cargo. O ato da investidura dava-se ao bispo o báculo e o anel, que representavam o poder que seria fiscalizado pelos grandes senhores. Também acontecia a venda de cargos eclesiásticos, o ato chamado de simonia. Essas pessoas muitas vezes tinham uma conduta bastante duvidosa, que iam contra os preceitos da Igreja. Os cargos de vigário, e até de papas, eram manipulados pelo grande senhorio. Dentro da própria Igreja passam a existir movimentos que pedem reformas, primeiro no clero regular (ligado às ordens) e depois no clero secular.
• Cluny: O fundador desta abadia, Guilherme, o duque da Aquitânia, determinou que ela não iria mais ser subordinada à particulares, apenas ao Papa. A abadia se manteve austera, porém as doações e riquezas a corromperam no século XII.
• Os cistercienses: Ordem fundada por Roberto, abade beneditino que era contra a riqueza e ostentação de Cluny. Pretendiam voltar à simplicidade e à pobreza. Não aceitavam doações nem servos. Sua influência foi marcante.
• Reforma no clero secular: Em 1059, o papa Nicolau II se valeu da menoridade de Henrique VI e liberou o poder pontificial do regime de investiduras. Os papas seriam eleitos por cardeais.
• Querela das investiduras: O papa Gregório VII (1073-1085) proibiu a simonia e o casamento de padres. Além disso, excomungaria qualquer monarca que fosse responsável por uma investidura, o que era uma atitude muito séria, pois ao mesmo tempo em que eram abadias, eram também feudos ligados aos suseranos. Henrique IV de Hohenstaufen (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico) não respeita as determinações do papa e é excomungado. Os nobres alemães se revoltam contra Henrique IV, que vai até Canossa pedir perdão ao papa (Rendição de Canossa – 1077). Na volta, o imperador submete os nobres rebelados, invade a Itália e obriga o papa a fugir de Roma, indo morrer no exílio em Salerno. As lutas apenas terminaram em 1122, com a Concordata de Worms, que delimitava os poderes temporal e espiritual, regulando as relações entre Igreja e Estado.

• Exercícios p. 102

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